SAÚDE BUCAL E O CORAÇÃO

O paciente deve sempre ter uma higiene impecável, feita correta e adequadamente, além disso é fundamental visitar regularmente o dentista, para que a gengiva esteja sempre saudável e todo controle de saúde bucal esteja em ordem. No paciente cardíaco é fundamental que ele esteja compensado, controlado e que esse órgão esteja funcionando adequadamente, porque se […]

Nossa boca é uma das partes mais contaminadas do nosso corpo, onde residem centenas de tipos de bactérias dentro da nossa cavidade oral e é fundamental que sejam tomados todos os cuidados por parte do cirurgião dentista, para tentar orientar o paciente através dos tratamentos odontológicos e minimizar os riscos de ocorrer uma infecção, o que nós chamamos de bacteremia, que é quando a bactéria adentra a corrente sanguínea. Os cuidados dentro do tratamento odontológico são fundamentais para que se reduza esses riscos.

O paciente deve sempre ter uma higiene impecável, feita correta e adequadamente, além disso é fundamental visitar regularmente o dentista, para que a gengiva esteja sempre saudável e todo controle de saúde bucal esteja em ordem.

No paciente cardíaco é fundamental que ele esteja compensado, controlado e que esse órgão esteja funcionando adequadamente, porque se ocorrer algum problema de ordem odontológica, abcessos dentários, doenças periodontais ou algum outro tipo de infecção bacteriana os microrganismos podem penetrar no sangue avançando até se alojarem no coração ocorrendo o que nós chamamos de endocardite bacteriana, uma infecção da parede interna do coração, que gera um problema grave de saúde levando às vezes o paciente a ter a necessidade de ficar internado na UTI para pode tratar essa infecção gravíssima e pode levar a morte.

O paciente cardíaco quando submetido a procedimentos odontológicos passa por cuidados como a profilaxia antibiótica. Manter uma boa higiene bucal, visitas regulares ao dentista, um tratamento adequado com bastante assepsia, a utilização de clorexidina pré-tratamento, são ações que reduzem consideravelmente o risco de desenvolver a endocardite.

Já os pacientes que utilizam medicamentos anticoagulantes ou antiagregantes plaquetários, que são os medicamentos que popularmente são conhecidos para afinar o sangue ou para evitar a formação de coágulos, normalmente tem problemas de ordem vascular e fazem uso desses medicamentos para justamente evitar algum tipo de entupimento dos seus vasos. Para o atendimento odontológico é preciso um cuidado adicional por parte do dentista com uma comunicação bastante efetiva com o cardiologista, para que juntos decidam sobre a suspensão desses medicamentos para realização de procedimentos cirúrgicos no qual vai envolver sangramento ou determinar o melhor momento para que esse paciente possa fazer esse tipo de tratamento.

Em relação aos anestésicos temos os anestésicos com vasoconstritores e sem vasoconstritores. Pacientes que possuem algum tipo de arritmia cardíaca ou propensão à arritmia cardíaca, são pacientes que necessitam de um cuidado adicional por parte do dentista e por isso é importante que este dado seja coletado logo no início do tratamento para favorecer a comunicação com o cardiologista e é fundamental também que a técnica anestésica e o tipo de anestésico utilizado pelo dentista seja bem avaliado e a técnica anestésica seja realizada adequadamente, para evitar que este anestésico com vasoconstritor não caia dentro da corrente sanguínea, podendo gerar uma arritmia ou acelerar o batimento cardíaco desse paciente. Este tipo de anestésico costuma ser mais usado pois serve para evitar sangramento e por  proporcionar maior efeito e duração.

Portanto, para estar apto para o tratamento odontológico o ideal é que o paciente cardíaco esteja compensado e tenha um acompanhamento regular com seu cardiologista além de seguir rigorosamente suas recomendações como tomar as medicações corretamente, respeitar a dieta orientada, realizar as atividades físicas propostas e se cuide para manter um bem estar e um controle fisiológico do coração permitindo fazer os tratamentos odontológicos necessários tranquilo e assegurado que a comunicação entre seu dentista e seu cardiologista serão convergentes para manter o paciente seguro e saudável.

01/04/2020

Por Dr. Frederico Kokol – Cirurgião Dentista CRO 88.247

 & Dr. Felipe Toledo – Médico Cardiologista CRM 125.866

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